Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é um distúrbio de ansiedade que atinge vítimas ou testemunhas de violência extrema. Entre os casos mais comuns estão agressão física, abuso sexual, terrorismo, tortura, assalto, sequestro, acidentes, guerra e catástrofes naturais ou provocadas.
Entre as possíveis causas estresse pós-traumático estão o desequilíbrio dos níveis de cortisol e a redução de 8% a 10% do córtex pré-frontal e do hipocampo, áreas localizadas no cérebro. Qualquer ato violento tende a desencadear algum tipo de mudança comportamental, no entanto, se não houver interferência na rotina não podemos falar em transtorno de estresse pós-traumático. Crianças e idosos falam menos sobre seus problemas, principalmente os psicológicos, mas também podem ser vítimas de transtorno de estresse pós-traumático, sendo importante prestar atenção nos sintomas e auxiliá-los.
A experiência do trauma é diferente para cada pessoa, para alguns a situação pode parecer irreal, como se estivesse sonhando ou anestesiada. Para outras a dor e o desespero são intensos. Enquanto um terceiro grupo vivencia uma alteração no tempo, transformando períodos curtos em longas horas de uma memória vívida e perturbadora.
O momento de violência extrema pode provocar uma “anestesia emocional”, que distancia o indivíduo do mundo, tornando-o apático. No entanto, a mesma situação estressante pode ocasionar emoções opostas dependendo do trauma sofrido e da história de vida de cada pessoa, incluindo desânimo e depressão ou ainda ansiedade generalizada pelo medo que a situação se repita. Quando o estresse pós traumático tende para ansiedade o indivíduo exibe comportamento de constante alerta, caracterizado por olhar oscilante entre expressões de desconfiança, vigilância e medo, falta de foco na visão, perda de convergência binocular, respiração superficial e rápida, diafragma contraído e postura puxada para cima, aumentando a pressão na cabeça e no peito.
Assim como as lembranças de algumas pessoas podem ser detalhadas, outras vítimas podem apagar totalmente os fatos, sem perder, no entanto, as sequelas emocionais do ocorrido. As mudanças que ocorrem no período que vai de dois meses a dois anos do trauma são diagnosticadas como Transtorno de estresse pós-traumático.
O transtorno pode manifestar-se como “reexperiência traumática”, quando as lembranças do trauma levam a pensamentos e sonhos recorrentes e intrusivos; “esquiva e isolamento social”, caracterizada por fuga de situações, contatos e atividades que possam reavivar o trauma; e “hiperexcitabilidade psíquica e psicomotora”, incluindo taquicardia, sudorese, tonturas, dor de cabeça, distúrbios do sono, dificuldade de concentração, irritabilidade e hipervigilância.
A duração média do transtorno é de 3 a 5 anos, causando modificações permanentes na personalidade em 1 de cada 3 vítimas. Entre as opções de tratamento a terapia cognitivo comportamental e a indicação de medicamentos ansiolíticos, quando necessários.