A psicologia, assim como outras áreas da saúde, passou por diversas barreiras para se estabelecer como uma ciência independente. O principal obstáculo foi o fato de que na psicologia, o objeto de estudo é um “mundo mental” e não algo físico ou orgânico, propriamente dito, mas sim construtos mentais que conduzem nossos sentimentos e, por assim dizer, nossos comportamentos diante do mundo. Para ser estudado os métodos utilizados não poderiam passar da observação introspectiva e analítica.
O médico, filósofo e psicólogo alemão Wilhelm Maximilian Wundt (Neckarau, 16 de agosto de 1832 — Großbothen, 31 de agosto de 1920) se propôs a defender a ideia de ciência para a psicologia. Conhecido por ser fundador da psicologia experimental – dentre outras muitas contribuições -, Wundt definia a psicologia como a ciência da mente.
Analisava os compostos e complexos conscientes a partir de elementos ou unidades: sensação (conteúdo objetivo da experiência imediata) e sentimentos ou afetos. As sensações poderiam ser classificadas de acordo com a modalidade sensorial em que são recebidas; além disso, têm qualidade e intensidade, portanto, possuem medida.
Afetos e sentimentos, segundo a teoria tridimensional de Wundt, transitam entre as sensações e suas mais diferentes combinações, respeitando modelos de sentimentos estabelecidos por três pares dicotômicos: agradável – desagradável; tenso – descontraído; excitado – calmo.
Ainda que tenha contribuído enormemente na emancipação da psicologia em relação às demais ciências, ao seguir suas convicções no materialismo científico, as ideias do médico alemão também foram profundas no que diz respeito à psicologia social.
Na psicologia social ou cultural, o processo de avaliação psicológica aplicada para compreender os processos mentais superiores, necessariamente deveriam passar por uma avaliação, digamos, atmosférica: “Esta por sua vez, precisa ser realizada através do estudo dos produtos ou artefatos culturais da vida social: arte, linguagem, hábitos culturais e étnicos”.