A síndrome do pânico compreende inesperadas crises de medo e desespero, que incluem aceleração dos batimentos cardíacos, falta de ar e suor excessivo. Apesar de serem esporádicos, a imprevisibilidade dos ataques de pânico dificulta a rotina pois o paciente permanece em constante alerta e passa a manifestar a insegurança. Assume assim, o comportamento de quem a qualquer momento pode sofrer um mal estar incapacitante.
A raiz do pânico está na ansiedade, um sentimento necessário que antecipa o perigo e ajuda na preparação do corpo para uma rápida resposta defensiva. Durante uma crise são necessários cerca de 30 segundos para o paciente que estava se sentindo bem ser invadido por fortes sintomas de ansiedade como boca seca, tremores, taquicardia, falta de ar, mal-estar na barriga ou no peito, sufocamento e tonturas. Em dez minutos, o pânico chega ao seu ápice e com isso vem a sensação de morte iminente ou enlouquecimento. A rapidez e a forma inesperada com que tudo acontece justificam a certeza momentânea da pior consequência possível.
A síndrome do pânico surge entre os 15 e 20 anos e acomete até quatro vezes mais as mulheres, em função das alterações hormonais. A síndrome do pânico pode ser provocada pelo uso exagerado de medicamentos corticoides e pela maioria das anfetaminas, largamente usados no Brasil por mulheres jovens que querem emagrecer. Hipertireoidismo e drogas ilícitas como cocaína e ecstasy também podem facilitar os picos de ansiedade. Pacientes com síndrome de pânico também podem desenvolver alcoolismo ao tentarem aliviar os sintomas com bebida.
Geralmente, as primeiras crises de pânico acontecem em um período muito curto, podendo chegar a quatro ataques na mesma semana. A consequência é a formação de uma personalidade tensa, sempre à espera da próxima crise. Isso gera uma ansiedade, chamada de ansiedade antecipatória. A pessoa fica preocupada com o fato de que os sintomas possam aparecer numa situação para a qual não encontre saída nem ajuda, como dentro de elevadores ou em um congestionamento. A tendência é que o indivíduo passe a evitar os lugares onde sofreu alguma crise de pânico, criando empecilhos na rotina ao restringir cada vez mais suas possibilidades. O medo de não ser socorrido caso algo de mal aconteça gera uma insegurança permanente, formando o quadro de uma segunda doença, a agorafobia.
Nos casos mais graves de síndrome do pânico o paciente não consegue sair de casa sozinho, sendo muito importante o apoio da família. Apesar de pessoas saudáveis vivenciarem situações parecidas de estresse, o desconforto de quem sofre com a doença é consideravelmente superior. Uma atitude positiva é incentivar gradativamente a saída de casa, principalmente se a agorafobia já estiver instalada.
Tratamento do Síndrome do Pânico:
Comum em transtornos de ansiedade, a terapia de exposição coloca o paciente em situações que normalmente desencadeariam as crises até que ele crie o hábito de passar por elas sem desenvolver nenhuma resposta emocional. No entanto, induzir crises de pânico com sensação de morte iminente é considerada uma abordagem muito agressiva para o tratamento de síndrome do pânico. Por isso, muitas vezes ela é substituída pela terapia comportamental.
Quando houver necessidade a psicóloga pode recomendar um psiquiatra para um tratamento medicamentoso. Nesse caso o apoio da família também demonstra-se especialmente relevante. Os efeitos colaterais da medicação tendem a aparecer antes dos resultados positivos e as crises pioram nas primeiras 48 horas, por isso é preciso força de vontade para não desistir.
Atividade física e terapias alternativas como meditação e ioga são outras possibilidades de tratamentos.
A síndrome do pânico tem se manifestado cada vez mais em mulheres, no entanto, homens, crianças e idosos também sofrem com o problema. As vítimas, normalmente, são caracterizadas por apresentarem predisposição genética ou por possuírem uma rotina estressante e preocupações excessivas com a saúde.
Veja também entrevista sobre síndrome do pânico.